terça-feira, dezembro 16, 2014

Ô Xente !

Alvo de comentários xenofóbicos, após a reeleição de Dilma pra Presidência, o Nordeste, para nós brasileiros, principalmente os moradores da zona costeira sudeste/nordeste, tem enorme importância. Não falo apenas da região político administrativa da nossa república, que além de ser parte da minha ascendência, sempre mostrou brilhantes artistas e escritores que fizeram e fazem parte da essência da cultura brasileira.
Falo aqui, predominantemente, do vento.
Por conta da atuação do sistema semiestacionário Anticiclone Subtropical do Atlântico Sul (ASAS), sistema de alta pressão atmosférica, que na sua borda oeste nos manda o intenso e constante vento resultante do quadrante NE/E, a região pode ser considerada o semiárido fluminense. Essa classificação se ampara, principalmente, no baixíssimo índice pluviométrico da região, impulsionado também pela presença da Laguna de Araruama, maior laguna hiper salina do mundo.
Esse mesmo vento intenso e bem frequente, aliado à posição geográfica e a situação de cabo (frio) da região, ocasiona um fenômeno oceanográfico quase que exclusivo - acontece também menos frequente e menos intenso no Farol de Santa Marta/SC - que faz de Arraial do Cabo a capital do mergulho, com uma das maiores biodiversidades do país. Por conta de um fenômeno físico, chamado de transporte de Ekman, o vento nordeste empurra a água superficial (foto)
mais quente (corrente do Brasil) pra fora da costa, permitindo a RESSURGÊNCIA de uma massa d'água do fundo, fria (abaixo de 18°C) e rica em nutrientes, uma vez que nenhum organismo a utilizou na fotossíntese, já que se encontrava na zona afótica.
O nordeste (vento) faz parte de Cabo Frio. A cidade é estranha sem ele. O calor se destaca e os mosquitos logo fazem a festa. Entretanto, em 4 anos, não me lembro de uma semana inteira (7 dias) sem ele.

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