segunda-feira, maio 10, 2010

Um horizonte preocupante...

Sinto-me na obrigação de vir aqui pra falar de um assunto que considero (e na minha visão, todos deveriam considerar) de extrema relevância: o vazamento de óleo no Golfo do México (EUA).

Gostaria de não entrar muito no mérito das soluções e alternativas energéticas (ainda), e sim tentar informar sobre o acidente em si, e explanar a minha perspectiva oceanográfica sobre o que pode ser considerado um dos maiores desastres ambientais da história (talvez o maior).

O acidente, ocorrido no dia 20 Abr 2010, aconteceu numa plataforma semisubmersível de perfuração (Deepwater Horizon) que operava em um campo de exploração da gigante empresa inglesa British Petroleum (BP), localizado no Golfo do México, a cerca de 90 Km da foz do Rio Mississipi (a 3ª maior bacia hidrográfica do mundo), no estado da Louisiana

Segundo relatos, o incêncdio ocorreu devido a uma gigante bolha de gás metano (altamente inflamável), que ascendeu pelo duto de perfuração, seguida por uma enxurrada de óleo bruto sob altíssima tempertaura, ocasionando uma explosão na superfície e o afundamento da plataforma (que naquela data comemorava 07 anos sem qualquer acidente), depois de 02 dias de um torrencial incêncdio, que matou 11 pessoas, e deixou um poço aberto, jorrando óleo no oceano com uma vazão estimada em 795.000 litros/dia.

Essa região (delta do Mississipi), que já havia sido profundamente afetada pelos furacões Katrina e Rita no ano de 2005, tem 12.000 km2 de extensão e comporta 40% dos maguezais de todo o país (EUA). Acho que não precisa ser um estudioso de alguma ciência ambiental pra saber que uma quantidade colossal dessa de óleo (até o fechamento desse post, dia 10 Mai, o óleo ainda continua vazando), avançando ao encontro de uma área tão grande e tão sensível (manguezais são considerados, de acordo com uma classificação internacional de sensibilidade ambiental, como os ecossistemas mais sensíveis a um possível derrame de óleo), acarretará drásticas consequências, tanto a curto, quanto a longo prazo, afetando contundentemente toda a fauna e flora do local, e de tabela, a indústria da pesca (a região fornece 16% de todo o pescado dos EUA) e do turismo.

A companhia britânica (BP) assumiu a responsabilidade pelo desastre (é o mínimo, né?) e está trabalhando tanto na  árdua tarefa de 'estancar' o vazamento, quanto na de tentar conter o óleo já despejado no mar.

Para tentar cessar (na verdade diminuir em 85%) o vazamento do poço, que está sob 1.600m de coluna d'água, a empresa utilizou uma enorme cúpula de confinamento, funcionando como uma 'tampa' para auxiliar a sucção do óleo, que seria transportado até a superfície através de um duto. Todavia, a formação de cristais de gelo (hidrato de metano), nas paredes da tubulação, que acabam por obstruir a passagem do óleo, estão impossibilitando um trabalho que por si só já extremamente difícil, devido a profundidade do local. Enquanto isso, a empresa está trbalhando na perfuração de dois poços de 'alívio' bem perto do vazamento, que será uma solução mais eficiente, porém mais demorada.

Por outro lado, já foram utilizados 270 mil metros de barreiras de contenção, bem como 1,1 milhão de litros de dispersante químico para tentar solucionar o problema do óleo já derramado. Uma outra técnica também utilizada (e que não me agrada muito) foi a queima 'controlada' do óleo, que, ainda bem, oficou prejudicada pelo vento forte e a consequente agitação do mar. Estima-se que 2 milhões de litros de óleo tenham sido 'eliminados' utilizando esta técnica.



Segue aqui algumas imagens...